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Este espaço virtual, criado em 2008, é fruto de minhas andanças e incursões pelo ofício etnográfico na Ilha de Cananéia, no Vale do Ribeira, Estado de São Paulo, onde pretendo deixar minhas impressões como caminhante, ou tal como diria Helena P. Blavatsky, Lanu.
E no cais se fez história...
27 de agosto de 2010
26 de agosto de 2010
Reiada, Reisado ou Folia dos Santos Reis
Os integrantes executam o canto de maneira compenetrada, erguendo a viola em posição de respeito, quando os versos falam de Cristo. O chefe da Reiada é o "Mestre", que puxa os versos acompanhado da viola, seguido do "Tenor", que acompanha ao cavaquinho e do "Tipe".
Os instrumentos da Reiada são rabeca, triângulo, violas, violões, caixa, ferrinhos e, muitas vezes, cavaquinhos.
O vídeo foi gentilmente cedido pelo filósofo Benedito Machado, que já contribuiu outrora em outros posts por aqui, filmado pelo seu filho Fernando e postado no Youtube por sua esposa Zizi. Mais uma vez obrigada!
Assistam!!!
I Mostra de Arte Contemporânea Caiçara
Músicos e compositores, coreógrafos e dançarinos, artistas plásticos, fotógrafos, escritores, intelectuais e representantes de diversas expressões culturais do litoral paulista se reúnem no final de agosto, em Santos, na I Mostra de Arte Contemporânea Caiçara, que acontece no dia 28, sábado, a partir das 14 horas, na Casa da Frontaria Azulejada, no Centro Histórico.
O objetivo da Mostra é celebrar a arte por meio do encontro entre manifestações tradicionais e obras mais ligadas à vanguarda, bem como fortalecer a produção artística local na busca de expressão universal. A ideia é apresentar ao público em um só local uma série de produções artísticas e reflexões sobre a arte produzida na região e sua relação com a identidade local.
“Queremos resgatar nossas tradições e misturá-las ao contemporâneo, estimular a pesquisa e a criação artística, a produção, o intercâmbio e a difusão cultural, conectar a expressão artística regional à global e oferecer ao público uma intervenção entre música, dança, teatro, literatura, circo e artes visuais em evento de improvisação coletiva”, afirma Márcio Barreto, do Percutindo Mundos, grupo de música caiçara contemporânea, e curador da mostra.
A programação começa com uma atividade para crianças e adolescentes, simultaneamente às exposições visuais: “Olhares Marítimos” reúne fotografias de Biga Appes, Adilson Félix, Márcio Barreto e Christina Amorim. Estarão na mostra as esculturas “Aluminarte”, de Anak Albuquerque e Giovane Nazareth, “A Incrível Arte do Equilíbrio”, de Galeno Malfatti, e “Arte DuLixo”, de Tubarão, mais a gravura “Valongo”, de Fabrício Lopez, “Cores”, arte visual de Maurício Adinolfi, “Retratos” da artista gráfica Nice Lopes, os cartazes do Coletivo Action, com a série “Supremacia Caiçara” e o grafite de Valério da Luz.
Das artes cênicas e circenses, o evento apresentará “Ciranda Caiçara”, projeto que une arte e meio ambiente, “Pagu Mulher” com o grupo Gaia´thos e Escola Livre de Circo da Oficina Regional Cultural Pagu, a atriz Christy-Ane Amici (“Atro Coração”) e a Trupe Olho da Rua. Depois se apresentam o Projeto Guri, da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo, e o Centro Educacional e Recreativo (CER) da Secretaria de Cultura de São Vicente.
Para refletir sobre a identidade da região, o jornalista Alessandro Atanes, mestre em História Social, faz a miniconferência “Caiçara, Portuário, Oceânico”, com inserção de canções do projeto “Rota Literária”, sobre como a arte e a literatura mostram a região.
Às 18 horas, começa uma nova série de apresentações: Meire Berti e o Coral Fosfértil Baixada Santista apresentam “Indianismos”, a dançarina e coreógrafa Célia Faustino mostra a coreografia “Repetição e/ou Transformação”; outras coreografias são de Rita Nascimento, “Faz de Conta que Ela Não Estava Chorando por Dentro”, e de Kiusam de Oliveira, “Afrodescendência”.
Entre os escritores, Flávio Viegas Amoreira apresenta trechos de “Escorbuto” e José Geraldo Neres lê “Outros Silêncios”, além de Ademir Demarchi, editor da revista Babel, Jap Krichinak do Museu de Arte Popular de Diadema e Marcelo Ariel, que acaba de lançar o livro de poesia “Conversas com Emily Dickinson”.
Com participação do compositor Gilberto Mendes, as atrações musicais reúnem Zéllus Machado e Trio Kaanoa (música caiçara), o pianista Tarso Ramos, Percutindo Mundos - O Universo em Movimento, com sua Música Caiçara Contemporânea e o grupo Sidarta.
Às 21h30, para encerrar a Mostra, artistas e público interagem em uma intervenção multimídia, reunindo música, teatro, dança, literatura e artes visuais criando uma obra coletiva.
O curador Márcio Barreto explica a iniciativa de reunir vários artistas em um só evento: “A I Mostra de Arte Contemporânea Caiçara justifica-se pela necessidade de promover reflexões e debates sobre identidades culturais e sua importância para o cenário mundial, assim como assegurar e difundir o rico patrimônio artístico caiçara e sua relação com o global”.
Realização: Márcio Barreto (Instituto Ocanoa – São Vicente)
Apoio:
Marta Molina (Artefacto Cultural – Barcelona/Espanha)
Natalia Freire (Instituto CAE – Santos)
João (Instituto Camará Ponto de Cultura – São Vicente)
Divulgação:
Alessandro Atanes e Márcia Costa (Revista Pausa e Instituto Artefato Cultural)
13 de agosto de 2010
Blog Limite da Terra Paraná
Acesse aqui!
5 de agosto de 2010
Campanha Nacional pelo Limite da Propriedade da Terra
Você concorda que as grandes propriedades de terra no Brasil devem ter um limite máximo de tamanho?
Participe do Plebiscito Popular entre os dias 1° e 7 de setembro de 2010!
Para mais informações acesse aqui.
4 de agosto de 2010
Ingoma, o Menino e o Tambor - a tradição do Batuque de Umbigada
Autor: Lucas Puntel Carrasco
Gênero e público-alvo: Ficção infantojuvenil
Assunto: Cultura caipira e afrobrasileira, modos de vida, cotidiano de menino do interior
Temas transversais: Diversidade cultural, ética e cidadania
Relevância: Lei federal n° 10.639, sobre ensino de história e cultura afrobrasileira e africana
Olhar para trás com orgulho e respeito. É esta a mensagem que crianças e jovens pelo interior de São Paulo são estimuladas a ler nas páginas de Ingoma, o Menino e o Tambor. A obra foi inspirada na convivência com o mestre de Batuque Vanderlei Bastos, de Piracicaba/SP, como também na vivência do autor, Lucas Puntel Carrasco, que caipira de Rio Claro/SP e afrodescendente cresceu vaquejando em sua infância naquele município.
De um jeito simples, Ingoma apresenta o menino Dito, que vive em uma comunidade negra na periferia de Piracicaba. Ele descobre a tradição do Batuque de Umbigada, ou Tambu, sempre cultivado no quintal por sua avó e por velhos mestres dos sítios da vizinhança e cidades como Tietê e Capivari – cuja comunidade quilombola, certificada pela Fundação Palmares em março de 2007, traz consigo um legado de resistência, organização e, sobretudo, conquista ao direito da terra.
Com prefácio de Zé Hamilton Ribeiro, editor-chefe do Globo Rural, e contra-capa assinada pelo sambista Nei Lopes, agraciado com a Ordem do Mérito Cultural e autor do Dicionário Banto do Brasil e Enciclopédia da Diáspora Africana, o romance prioriza culturas em vias de extinção – caipira e quilombola – além de ser conduzido por proponente de relevância na área (escritor afrodescendente de origem caipira premiado no PAC 2006, da Secretaria de Estado da Cultura, de São Paulo pelo livro infantojuvenil Pindá, a menina do mar: sonetos para uma infância caiçara.
Considerando que a lei federal nº 10.639, de janeiro de 2003, torna obrigatório o ensino de história e cultura afrobrasileira; que, em seu esteio, inúmeros cursos vêm sendo oferecidos para formar educadores capacitados no assunto; que, a exemplo do município mineiro Carmo do Rio Claro, o projeto “Vida Rural” oficializou na grade curricular o caipirês, matéria sobre linguagem, crendices, música e medicina popular caipira; nesse sentido o livro Ingoma, tanto no conteúdo do miolo como em seu suplemento pedagógico, resgata e valoriza os costumes e as tradições caipira e afrobrasileira; ou melhor, “afrocaipira”. Com isso, transmite esse fundamento para crianças e jovens dos ensinos fundamental e médio, promovendo, assim, sua continuidade.
Sobre o autor
Lucas Puntel Carrasco nasceu no Natal de 1979
Editor e pesquisador do songbook PretoBrás, o livro de canções e histórias de Itamar Assumpção, o autor também publicou na revista Cronopinhos o conto ecológico Dulenega – um gosto de fábulas no mar de gatos, sobre lendas dos índios caribenhos kuna-yala.
Comentários sobre a obra
“Ingoma, o menino e o tambor é um documento da dignidade e do respeito que existe na umbigada. Este livro é uma referência cultural e um momento de prazer para todos nós.”
José Hamilton Ribeiro (Editor do Globo Rural, prêmio Brasileiro Imortal e autor de Música caipira: as 270 maiores modas de todos os tempos)
“Ingoma, o menino e o tambor é excelente fonte de informações sobre o universo que focaliza. Por sua linguagem e abordagem, é obra de valor literário indiscutível. E por seu conteúdo tem função social relevante, de valorização da cultura afrobrasileira, na importância educacional e motivação de uma positiva autoestima nos leitores afrodescendentes.”
Nei Lopes (Ordem do Mérito Cultural e autor da Enciclopédia brasileira da diáspora africana)
Ficha técnica
Título: Ingoma, o menino e o tambor – a tradição do batuque de umbigada
Autor: Lucas Puntel Carrasco
Ilustrações: Daniel Ribeiro e José Agustin Carrasco Mandeville
20 páginas
Formato: 16 x
Editora: Puntel Editorial
Ano de publicação: 2010