“Reza antiga lenda que o famoso bacharel encontrado em Cananéia em 1531, por Martim Afonso de Sousa e que ali vivia há trinta anos, fora degredado na ilha do Bom Abrigo, da qual, construindo uma rudimentar jangada, tempo depois conseguia transportar-se às praias da Ilha Comprida, para daí passar-se mais tarde para a de Cananéia.
Entretanto, é mais provável que o houvessem deixado na ilha do Cardoso, - considerada ainda muitos anos após, por diversos escritores, como continente ou terra firme.
E acreditamos que, tanto ele como o português Francisco Chaves e mais os cinco ou seis castelhanos encontrados nesse ponto da costa paulista, teriam sido abandonados nas praias da mesma ilha, dada a abundância de água que aí existe e a facilidade dos meios de subsistência que a Natureza lhes oferecia nesse local, o que não se dava na ilha de Cananéia ou na ilha Comprida, em que raramente se encontrava água potável.
Assim, teriam sido eles os primeiros colonos europeus habitantes da grande ilha do litoral paulista, no decorrer do século XVI.”
_Antônio Paulino de Almeida (1882-1969), historiador cananeense que registrou a história do Vale do Ribeira e litoral paulista, também atuou como chefe do Arquivo do Estado e membro do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo_
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